Em nome de Jesus
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho.
Jesus
O que seria orar "em nome de Jesus" ou segundo a vontade de Deus? Jesus está realmente dizendo que fará tudo que pedimos caso a oração seja em seu nome? Esta declaração, localizada em João 14:13, muito bem explorada em cultos neopentecostais, ao ser examinada em seus vários contextos e tomada ao pé da
letra, é irrealizável, de modo que precisamos buscar um significado por trás
dela. É irrealizável porque todos nós oramos por pedidos muitas vezes contraditórios (quando duas pessoas oram pela mesma vaga de emprego ou quando dois competidores oram pelo primeiro lugar, etc.) e Deus não pode responder ambos, pois isso contrariaria alguns princípios lógicos fundamentais — lembrando que a natureza divina está acima de qualquer princípio lógico, mas não a nossa.
Um exemplo claro e contundente seria a própria oração de Jesus no Getsêmani — e olha que ele nem
precisava orar em nome de Jesus. Ele pediu que se fosse da vontade de Deus, num extremo ato de humildade e se submetendo totalmente à sua natureza humana, que o Senhor o
poupasse do terrível sofrimento que o aguardava (Lc 22.42). Bem, a vontade de
Deus era outra e Jesus foi absolutamente submisso.
Hoje, orar “segundo a vontade de Deus”, além de ser uma atitude ignorada pelos líderes evangélicos atuais é também compreendido como uma atitude inútil.
Hoje, orar “segundo a vontade de Deus”, além de ser uma atitude ignorada pelos líderes evangélicos atuais é também compreendido como uma atitude inútil.
Este é um exemplo do pensamento dos líderes evangélicos de
hoje:
Usar a frase 'se for da
Tua vontade' em oração pode parecer espiritual, e demonstrar atitude piedosa de
quem é submisso à vontade do Senhor, mas além de não adiantar nada, destrói a
própria oração. R.R.
Soares.
Esse é o pensamento daqueles que estão à frente dos
evangélicos brasileiros. Destruíram o verdadeiro sentido do que é fé, corrompem
o Evangelho com suas paixões pelo controle das massas, e por fim ensinam a dar
ordens a Deus como se ele fosse uma empregadinha. Oração não é uma lista de
compras, e o nome de Jesus não é uma espécie de “abracadabra” ou “sim-sala-bim”.
Oração é um diálogo com o Eterno, uma comunicação onde todas as nossas
limitações, deficiências, insuficiências, mediocridade e finitude são expostas
diante daquele que conhece nossos pedidos antes mesmo de nós abrirmos a boca. Eis
o verdadeiro caráter da oração: a consciência de que não sabemos nem mesmo orar
como convêm, necessitando, por isso mesmo, da intercessão do Espírito.
Finalmente, é a partir do próprio apóstolo João que chegamos à compreensão de que orar em nome de Jesus só é um ato genuíno quando esta oração é “segundo a vontade” de Deus, e “esta é a confiança
que temos para com ele” (1Jo 5.14). De todo modo, sempre haverá uma resposta do Altíssimo, quer nos
agrade ou não. Talvez a resposta seja um "sim", ou um "não", ou quem sabe aquele angustiante
silêncio, que nos molda, que nos faz sair da zona de conforto para amadurecer. Talvez essa seja
a melhor resposta.
©2010 Lindiberg de
Oliveira
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