Gastar com pessoas, e não com estruturas.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Encontrar igrejas equilibradas é um
árduo trabalho, mas creio em suas existências. Muitos líderes religiosos com a
desculpa de expandir o Reino mergulham freneticamente em investimentos
desregrados na construção de mega-igrejas como se essa fosse a finalidade do
Evangelho. São líderes que preferem gastar na imobilidade de templos a investir
na verdadeira e única estrutura na qual habita o Espírito — ou seja, as pessoas
que compõe o corpo de Cristo.
Não sou contra um lugar para
congregar, não sou contra templos, ao contrário, penso que quanto mais melhor. Portanto,
em determinados nichos a motivação para a construção de mais templos é
unicamente o domínio institucional. A soma é simples: mais templos, mais
membros, mais grana, mais domínio, mais controle. Nesse sentido, boa parte das
manifestações dentro do movimento evangélico são visivelmente percebidas por
denominações que crescem de modo mecânico, determinado, com grande aparato
publicitário.
Os líderes que estão à frente
dessas denominações administram o dinheiro como bancos financeiros, gastando
mais com estrutura físicas (paredes e tijolos) do que com pessoas. Quando falo
que devemos gastar com pessoas, me refiro principalmente aos próprios líderes,
obreiros, presbíteros, etc. Nunca vi tantos obreiros despreparados como vejo no
dia em que se chama hoje: uma liderança
analfabeta de Bíblia e ainda por cima sempre com papo de coitadinho (logo
porque Deus escolhe os fracos desse mundo, não é verdade?). Alguns pastores
sequer têm uma Bíblia de Estudo.
Observo a grande necessidade de
educarmos nossos obreiros numa teologia saudável. Estamos presenciando uma
época de grande pluralismo religioso como nunca se viu antes. E muitos de
nossos pastores estão caindo nessa rede satânica, se amoldando às múltiplas
teologias que aparecem por aí com uma forma totalmente deturpada do verdadeiro
sentido do Evangelho.
Precisa-se investir em educação; ou
seja, discipulado. As igrejas negligenciam o ensino, e o pior, desprezam
totalmente a tradição, e como resultado, nossos jovens obreiros se deixam
influenciar por tudo quanto é modismo. Muita gente despreparada ocupam
cargos que não deveriam. Um espírito de anti-intelectualismo está assolando
muitos cristãos hoje: a filosofia e a teologia estão sendo desdenhada, e com
isso vamos dando lugar a uma espiritualidade esquizofrênica, legalista e
fanática.
Precisamos voltar ao princípio de
tudo — o Evangelho — ou seremos sucumbidos por uma pluralidade de
ensinamentos anti-bíblicos, ensinamentos estes que parece ser a preciosa fonte
da maioria de nossos obreiros.
©2010 Lindiberg de Oliveira
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