O silêncio é a oração dos sábios.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Já tolerei muitas situações
inconvenientes por não ser compreendido. Dialogar com pessoas que não sabem ponderar
ou que não aceitam divergências é simplesmente desastroso. Não raro
encontro gente assim, que em vez
de expor aquilo que pensa, preferem empurrar goela abaixo suas rasas opiniões
dogmáticas. Escrevo esse texto com meus 23 anos, mas apesar disso não são poucas as várias
experiências em que saí frustrado por não conseguir fazer as pessoas entenderem
minhas explanações, por mais que eu traçasse caminhos lúcidos e racionais.
“Não jogue suas pérolas aos porcos”
é o conselho do Nazareno, "pois elas serão pisadas”. Isso é Jesus dizendo:
não exponha o que você tem de melhor aos tolos, pois incapacidade de apreender aquilo
que você diz, te esmagarão. Os tolos só escutam o que lhes convém.
Toda gente tola, senhoras e
senhores, é por definição psicologicamente invencível. Por mais que você mostre
seus erros e prove sua estupidez, ele não só se mostrará como inocente mas, a
partir daí, bradará sua vitória. Não há diálogo com os tolos, pois abraçam a
vaidade e a presunção como subterfúgio para a desonestidade intelectual.
Gente assim não sente culpa, não
sabe o que é arrependimento interior e defende como único patrimônio moral o
seu amor próprio. Aquele amor próprio mergulhado no egoísmo que o cristão
destrói todos os dias ao confessar seus pecados num tribunal interior onde o
autoengano não escapa ileso.
Tomado pela indiferença e desdém, a
leviandade do tolo destrói qualquer diálogo que poderia ter um percurso
totalmente saudável. Por isso que dialogar com o tolo é o mesmo que jogar
pérolas aos porcos — elas sempre serão pisadas. Isso porque quanto mais se
argumenta mais ele se afunda em sua tolice, mais ele desvirtua o diálogo, mais
ele te arranca para mesma lama desajuizada. Diante do tolo, o mais judicioso é
calar a boca.
O tolo não aceita a correção.
Repreenda o tolo e ele te odiará. O tolo desvirtua um diálogo com facilidade,
levando você a se irritar e a agir como um tolo também. Tomado pela indiferença
e desdém, sua leviandade destrói qualquer diálogo que poderia ter um percurso
totalmente saudável.
Com o sábio é diferente. Ele
aprende com a repreensão e aceita as diferenças. O sábio talvez não concorde
com o que você diga, talvez ele despreze a sua ideia, no entanto o respeitará —
como dizia Nietzsche, quem não sabe desprezar não sabe respeitar. Quanto mais
você o sábio mais ele aprende e mais sábio ele fica. O que muita
gente concordaria não ser o meu caso.
©2010
Lindiberg de Oliveira
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